sábado, 24 de novembro de 2012

Casa do velório

Acabei de chegar da casa do velório. Meu amado tio Teotônio, 83 anos, faleceu. Seu corpo voltou à terra e seu espírito a Deus que o deu. Há um sábio ditado que diz:

"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte do que o dia do nascimento de alguém."  Eclesiastes 7:1-2

É neste lugar, ao lado do caixão, rodeado por pessoas em sofrimento intenso, em que paramos para refletir a respeito da vida, o valor das pessoas, o valor das coisas. Como um sopro vamos embora e tudo dessa vida em que nos apegamos e lutamos com tanta insistência para obter nos mostra o que realmente importa: Nosso tempo nessa terra está contado, nosso fim pode estar mais próximo do que imaginamos, nascemos sozinhos e morremos sozinhos, viemos a este mundo sem trazer nada nas mãos e vamos embora dele de mãos vazias. Valeu a pena a vida que escolhemos viver? Fizemos bons investimentos com o tempo, os talentos, riquezas e relações que nos foram confiados?

A vida é estranha. Enquanto minha família está de luto, a família do Pr Renato está no hospital acompanhando a recuperação de sua esposa Lucélia que fez cirurgia ontem, a família do amado Pr Márcio Valadão está festejando seus 64 anos de vida, está acontecendo uma festa de casamento na esquina de minha casa, existem casais chorando de alegria ao presenciar o nascimento de seu bebê ou a formatura de seu filho.  Ao mesmo tempo uns estão saltando de alegria e dançando, outros estão gritando e chorando. Contudo o texto bíblico afirma categoricamente: o dia da morte é melhor que o nascimento de alguém (óbvio, essa vida é dura) e na casa do luto nosso coração se aplica, aprende, é edificado muito mais do que na casa do banquete. O dia não foi agradável, mas certamente um dia de aprendizado.

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