sábado, 4 de janeiro de 2014

Até onde vão suas provisões?

"A questão não é até onde vão as provisões. A questão é em que mãos elas estarão.
Jesus não é somente o fornecimento de nosso pão de cada dia. 
Ele É NOSSO PÃO DE CADA DIA."
Sheila Walsh


Você olha para o que tem e compara com o que precisa, então as demandas da vida se tornam sobrepujantes. Quando isso acontece, você se pergunta: Será que Deus está ouvindo? Será mesmo que Ele está vendo? Será que Ele consertará as coisas? Onde está a esperança daquela promessa em Filipenses 4:19 "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês?” Parece tão fácil, afinal, quando alguém diz: basta acreditar nas promessas de Deus.

Quando Paulo escreveu essa promessa, ele estava em uma prisão domiciliar em Roma. Ele escreveu para uma de suas igrejas preferidas: a igreja em Filipos que havia enviado um querido irmão, Epafrodito, para dar ânimo a Paulo em sua prisão. Por essa causa Paulo agradece a gentileza e apoio financeiro nesse momento de necessidade. Seu espírito fora tocado de forma confortante e ele responde com uma oração sincera para que Deus retribua-os abençoando. Paulo diz em Filipenses 4:18 que ele está "amplamente suprido", querendo dizer "estocado" ou "abastecido até demais". É para que eles tenham isso que ele está orando quando diz: "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês". Não haverá falta daquilo que eles precisam de fato. 

Note que Paulo não faz menção alguma aos desejos deles. No fim dessa declaração, ele diz: "de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus" (v. 19). "Riquezas" refere-se à abundância de provisão de Cristo. "Glória" refere-se à completude de Seu poder. Ele está dizendo que Deus é fiel e que não decepcionará. Suas provisões estarão em manter a riqueza de sua misericórdia demonstrada em Jesus Cristo. Ele cuida dos seus.

O medo que temos é o de esgotar ou de não ter o suficiente quando os momentos ruins chegarem. O medo nasce de uma crença profunda de que os momentos serão insuportáveis e que teremos grandes necessidades que não poderão ser atendidas. A promessa é que Deus conhece nossas necessidades e que proverá abundantemente mais do que podemos esperar. Nosso sinal de confiança está na graça abundante de Cristo ao nos dar sua própria vida como resgate. Como não confiar em tal provisão?

Jesus ensina uma lição preciosa acerca das promessas de Deus nos prover, não em um sermão com palavras, e sim com Sua vida, Seu amor e Seu pesar. Pare um instante, abra sua Bíblia e leia o relato de Marcos  6:7-44. (Sei que o texto é extenso, contudo é de suma importância parar e ler, com calma e atenção. Faça-o antes de ler o restante desta reflexão, para maior entendimento).

Vemos aqui que Jesus está pesaroso e quer se afastar das multidões e do ministério, das notícias e das conversas. Quando ouve falar da morte de João, o coração de Jesus fica pesado. Ele vê os discípulos seus esgotados pelos primeiros ministérios, vê os seguidores de João contrariados por enterrar o corpo sem a cabeça, e Jesus sabe que é o momento de se retirar. 

Os discípulos de Jesus também devem ter ficado revoltados. João havia dado sua vida para preparar o caminho para Jesus - e sua vida terminou de modo bárbaro para uma multidão de bêbados. Onde estava Deus? E o que dizer de Sua promessa de prover proteção e cuidado?

As promessas de Deus parecem sem cor e distantes. A situação parece sombria. Todos precisam se afastar para ganhar perspectiva. Mc 6:32 nos diz, simplesmente: "assim, eles se afastaram em um barco para um lugar deserto".

Você consegue ver como Jesus nos encontra em nossas necessidades? Como Ele encontrou os discípulos? Há ocasiões em que as palavras não servirão de nada, quando os amigos não conseguem alcançar nossa tristeza. Nossa mais profunda necessidade é nos afastarmos com Cristo. Ele compreende o medo e o cansaço, a frustração e o desânimo. Não importa o que você esteja enfrentando, Jesus compreende. Ele sabe que os corações quebrados por conta da preocupação, do estresse sobre as provisões, a proteção e o cuidado no dia a dia podem corroer uma pessoa. Ele entende nossa dor quando parece que Deus não está mantendo Seu lado no acordo. Ele compreende quando perdemos um filho para as drogas ou prostituição, quando nossa despensa está vazia, quando sem aviso somos despejados de nossa casa e emprego, quando a vida vira de pontapé e nada faz mais sentido.

Cada um de nós pode chegar ao ponto de ficar exaurido, sem saber como Deus irá nos prover. Entretanto quando chegamos ao fim de nós mesmos, Jesus, nossa fenda na rocha, nos chama: Venha comigo para longe, encontre um lugar pacífico comigo. Repouse em Mim.

Você consegue imaginar uma chamada mais gentil do caos e das tribulações da vida, para fugir de tudo com Jesus, fugir com Deus? Pergunto-me se essa seria a razão de todos os Evangelhos - mesmo o de João, que não conta a história da decapitação de João Batista - mencionarem a retirada de Jesus. Do mesmo modo que Ele procurou um tempo para si, quando contrariado, podemos procurar refúgio das demandas em nossos corpos, mentes e espíritos com Ele. Os discípulos compreendem e aceitam isso e o seguem. 

Mesmo em meio ao desconforto, à decepção e ao deslocamento, podemos ser mantidos seguros com Ele. Na tempestade e sob pressão, Deus quer nos levar a um local de repouso, conforto, um local onde podemos receber o mais profundo, íntimo, lindo e perfeito amor e cuidado: Ele mesmo.

Enquanto Jesus e os discípulos se dirigiam a um local desolado, a multidão que o buscava lotava a costa na hora em que seu barco chegou. Mc 6:34 nos conta que, quando Jesus viu as pessoas na margem teve compaixão delas. Então, o Cordeiro de Deus decide ficar com as pessoas. Ele está arrasado, mesmo assim cheio de amor; exaurido, todavia pronto para deixar transbordar Seu próprio ser como o pão espiritual de que as pessoas tanto carecem. Ele começa a ensinar e alimentar as almas famintas das pessoas. Os discípulos pasmam! Sabem que Jesus está exaurido por conta das notícias da morte de João. À medida que o Sol começa a se pôr, rogaram a Jesus para concluir Seus ensinamentos e mandar embora a multidão. Os discípulos estavam com fome e cansados também. Então Jesus manda: "Deem algo ao povo para comer". Mc 6:37

Você pode imaginar como os discípulos devem ter se sentido, se já tiver enfrentado uma situação na qual estaria a ponto de surtar, caso seus filhos, a quem você ama profundamente, pedissem apenas uma coisinha a mais. Ou se alguma vez já quis jogar o despertador pela janela já que não podia suportar tudo o que vem pela frente naquele dia. Ou se já pegou um exame médico pensando: Se eu receber mais uma má notícia, desisto! Ou se você foi convocado a fazer alguma coisa que sabe, sem sombra de dúvidas, que simplesmente não tem como fazer. Essa é a situação em que os discípulos enfrentaram quando Jesus pediu para alimentar a multidão. Felipe (um dos discípulos) respondeu: "onde compraremos pão para esse povo comer? E com que dinheiro? Nem que tivéssemos o dinheiro de oito meses de salário conseguiríamos comprar pão suficiente para cada pessoa comer ao menos um pedacinho!

Pobre Felipe! Pobre de nós! Tantas vezes, quando nos deparamos com a necessidade, nós não vemos, como diz João 6:6 “Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer”, que Jesus já sabe o que fará. Deus tem um plano para manter Sua promessa e prover. Isso faz parte de um teste, as Escrituras  nos dizem.
 
Jesus nos enviou para permanecermos com as promessas de Deus e recuarmos nEle quando estivermos desanimados - para então voltarmos para fora.

Como é que os discípulos poderiam prover para toda essa gente? O fato é que eles não podem, e essa é toda a questão. Deus está prestes a fazer o que só Deus pode fazer.

Os discípulos olham para Jesus um tanto descrentes quando além de perguntar quantos pães eles tem, manda verificar (Mc 6:38). Você já passou por esses momentos? Muitas vezes fico admirada pelas coisas que não tenho, em vez de me admirar pelas coisas que Cristo me deu e me esqueço que Ele é o Deus que provê milagrosamente, mas acima de tudo, Ele é o Deus que é suficiente. Jesus disse: 

“Declarou-lhes Jesus: Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo.” João 6:32-33

No episódio milagroso da multiplicação dos pães, o pão abundante é um símbolo do próprio Jesus, a sustentação divina que vem do nada e preenche cada necessidade, satisfaz e ainda sobra.

Não há necessidade nossa que Deus não possa ou não esteja disposto a atender. Deus não precisa de nosso dinheiro, tempo ou recurso. Contudo Ele nos convida à divina aventura de ser parceiros dEle para ver o que somente Ele pode fazer. Em Sua graça, Ele ama trabalhar em nós e através de nós. Podemos passar o resto da vida olhando para o que não temos e queremos, ou podemos trazer tudo o que temos e somos para Ele, e assistir os milagres acontecerem. Já tomei minha decisão e você?

E o meu Deus irá suprir cada uma de suas necessidades em Jesus.
Apenas em Jesus.

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